Enquanto as
verbas das empresas públicas de comunicaçãoocidentais caem drasticamente, parece que no Irã a realidade é outra. Embora os
dados sobre o orçamento da Islamic Republic of Iran Broadcasting (
IRIB), a gigante
estatal da comunicação do Irã, não sejam divulgados em seu site, estima-se que
esteja na casa de impressionantes US$ 900 milhões, com 46 mil funcionários, em
seus canais de rádio e TV para consumo interno e externo, segundo
artigo no
site da Federation of American Scientists (FAS). Não é tanto se comparado com a gigante alemã
ARD, com orçamento de 6,3 bilhões de euros e 23 mil funcionários, ou a BBC (US$ 5,3 bilhões, porém caindo) mas em relação ao PIB do Irã (US$ 385 milhões em 2008) é uma soma considerável.
O kit enviado aos ouvintes pela IRIB também sugere que os
tempos de vacas magras nas emissoras internacionais não chegaram ao
serviço internacional da empresa. Ao meu informe de recepção de transmissão do
dia 27 de maio (que pode ser ouvida em parte neste
link), o serviço espanhol da
rádio enviou, além do cartão QSL da Khaju Brigdge, a revista em cd “Miscelánea
Persa”, a revista impressa “El Panorama Islámico” e uma bandeira do Irã.
Na Miscelánea, o diretor do serviço espanhol, Nader
Edalatmanesh, diz que não há indicativos de que a audiência da emissora em ondas curtas
esteja diminuindo na América Latina, apesar das transmissões pela internet. Afirma
também que a emissora busca, no longo prazo, credibilidade para seus programas, considerando que os ouvintes avaliam o conteúdo e o cenário
internacional. “Por exemplo, na guerra dos 22 dias do regime sionista em Gaza,
nós propagamos a imagem selvagem do regime sionista e seus crimes contra palestinos
inocentes, enquanto os meios de comunicação ocidentais tentavam entorpecer a
emissão deste tipo de notícia”, afirma.
A rádio se define como produtora de uma programação “desenhada
para fazer frente aos meios de comunicação em massa ocidentais e ao
imperialismo informativo no mundo, que trata de restringir a opinião pública
mundial”.
Infelizmente não acompanhei a cobertura (ou falta de) da
IRIB dos protestos contra Ahmadinejad e das denúncias de fraude nas eleições
que o reelegeram.