Tuesday, July 26, 2011

Mundofonías – ótima pedida para quem gosta de “worldmusic”

O domingo passado estava mesmo musical nas ondas curtas. Pouco depois de ouvir a VOA transmitindo jazz e blues, achei o programa Mundofonías, da Rádio Exterior de Espanha. Ótima programação de “worldmusic”.

Abaixo tem um trechinho da gravação feita em ondas curtas, mas o programa está disponível em podcast no site da rádio, neste link. Legal que a emissora não fica de frescura com direitos autorais, neurose que parece ganhar cada vez mais espaço mundo afora, limitando drasticamente os podcasts musicais.

Ok, mas o leitor não pensou que eu terminaria o post sem falar sobre as ondas curtas, certo? Se os protestos em função da crise na Espanha não mudarem os parâmetros da análise, é possível até ter esperanças de que a rádio espanhola não vá encerrar tão cedo as transmissões em ondas curtas. Não só pelo impressionante volume de transmissões, mas também porque o site diz que um concurso da emissora concluiu que dois terços do público ouve a rádio pelas ondas curtas e, os que ouvem pela internet são, na grande maioria, da própria Espanha.

Sintonizei a rádio com qualidade na frequência de 17.715 khz, mas o mesmo programa era transmitido simultaneamente também nas frequências de 17. 755 khz, 17.850 khz e 15.110 khz. Mas a recepção nestas três frequências era bem pior.

Trecho da gravação feita no dia 24 de julho, às 20h05 UTC em 17.715 khz.

Monday, July 25, 2011

Jazz e blues na Voice of America transmitindo em francês

No domingo, 24 de julho, ao girar o botão de sintonia do Grundig, achei uma transmissão de boa qualidade tocando música americana. Decidi ficar por ali para ver quem estaria transmitindo. Ao final da música, descobri que a transmissão era em francês. Claro que não entendi nada, mas como a música era boa, fiquei na sintonia e, depois de mais duas músicas, descobri que era a Voice of America, transmitindo de Washington, provavelmente para a África, um dos poucos locais onde parece que as ondas curtas ainda seguirão desempenhando um papel importante por mais uns tempos. Na sequência, o programa, que toca também jazz, anunciou Rolling Stones. Bem, o nome da banda, da rádio e do programa é possível entender até sem saber francês.


Abaixo pequeno trecho da gravação feita às 20h UTC, na freqüência de 17.530 khz. Recepção código SINPO 45444.



Wednesday, July 20, 2011

A preocupação e o carinho de Dilma com Chavez, na Rádio Havana Cuba

A emissora de Fidel costuma ter boa recepção no Brasil. E usa seus transmissores de ondas curtas para transmitir seu ponto de vista sobre a realidade, segundo o qual, os países da América Latina são todos irmãos no socialismo, sempre anunciado como redenção do mundo, independentemente de o muro de Berlim ter caído há mais de 20 anos. Bem, e nem dá para dizer que esse retrato do continente esteja totalmente distorcido, embora essas “amizades” entre as nações nem sempre sejam tão próximas quando anunciado nos pronunciamentos públicos das autoridades.

Nesta gravação, o noticiário da RHC, em espanhol, anuncia que a presidente do Brasil manifesta, em ligação telefônica, seu carinho e preocupação como colega Hugo Chaves, que lida com seus problemas de saúde. O programa também conta sobre os planos do candidato socialista ao governo espanhol, sobre a pressão das “potências ocidentais” em relação aos planos iranianos na área nuclear e sobre a amizade entre os exércitos de Cuba e da Bolívia.

Gravação realizada no dia 9 de julho, às 14h05 (UTC), na frequência de 15.230 khz.


O bizarro David Miranda polui o dial

Ele é uma presença bizarra, poluindo o dial no Brasil. E ama as ondas curtas, para fazer sua gritaria ser ouvida muito longe, embora o departamento técnico de suas emissoras não tenha criado uma reputação de excelência na qualidade das transmissões. David Miranda tem comprado emissoras de ondas curtas, inclusive de grandes grupos de comunicação do país, e vocifera nelas o dia inteiro, com seu português terrível. Sequer o nome da própria igreja ele diz corretamente, convidando os ouvintes a irem ao templos das “Igrejas Pentecostal (sic) Deus é Amor”.

E o que ele faz neste blog dedicado a emissoras internacionais? Bem, suas estações podem ser sintonizadas além das fronteiras brasileiras. E, além disso, achei que os leitores poderiam achar engraçado ouvir (apenas alguns instantes, é claro) o internacional David Miranda com tradução simultânea para o espanhol. Ou, mais trágico, ele tentando falar em espanhol. Como diria o próprio, ohhhh meeeeuuu Deeeeeeus!

Nesta primeira gravação ele faz o que este tipo de “pastor” mais gosta de fazer: fala do dízimo. Gravação feita em 6.060khz, no dia 2 de julho, às 15h24 UTC.


Aqui ele grita com tradução simultânea. Gravação em 6.120khz dia 2 de julho, às 20h04 UTC.


* Aviso aos navegantes: o autor do blog não ficou o intervalo de tempo entre as duas gravações rezando com o missionário.

Tuesday, July 19, 2011

Deutsche Welle desiste das ondas curtas

31 de outubro de 2011. Esta data está na minha agenda. Às 22h, tempo universal (UTC), meu radio de ondas curtas estará sintonizado na frequência de 17.820 khz para ouvir a última transmissão em alemão da Deutsche Welle em ondas curtas para a América do Sul. Depois de reduzir pela metade o tempo diário de transmissão em sua língua nativa no ciclo de transmissões do verão no hemisfério norte, a emissora vai abandonar completamente as transmissões em ondas curtas na língua de Goethe quando iniciar o ciclo de transmissões do inverno no hemisfério norte, dia 1º de novembro.

No release da Deutsche Welle a respeito da decisão, a emissora informa que “no dia 1º de novembro de 2011 vai descontinuar as transmissões em ondas curtas em alemão, russo, farsi e em indonésio. Em inglês as transmissões se limitarão à África. Os tempos de transmissão da programação em chinês serão reduzidos de 120 para 60 minutos”. Considerando todas as línguas, o tempo total de transmissão da emissora será reduzido de 260 horas diárias para 55.

O comunicado também informa que os parques de transmissão da DW em Sines (Portugal) e Trincomalee (Sri Lanka) serão fechados, já que seus serviços deixam de ser necessários. Para as transmissões que serão mantidas, os transmissores de Kigali (Ruanda) são suficientes. Os serviços contratados com outras empresas que realizam as transmissões em ondas curtas para a DW também não serão mais utilizados.

Os recursos poupados, pela promessa da emissora, serão reinvestidos em nova estratégia: oferecer mais canais de tv e fazer parcerias para oferecer conteúdo em emissoras FM. Veja a íntegra do release neste link.
Não é um assunto simples, ao menos para os amantes das ondas curtas. Mas, por outro lado, nenhum mercado segmento está sofrendo tamanha revolução como o da comunicação em termos técnicos e de hábitos dos consumidores. Assim, embora eu adore a emoção de sintonizar uma transmissão em ondas curtas, imaginando a longa viagem feita pelas ondas eletromagnéticas, também tenho um rádio de internet, que me propicia experiências extraordinárias – independentemente das condições de propagação na ionosfera. Afinal, quem não gosta de um som cristalino em estéreo? Ou da praticidade de baixar um podcast e levar para ouvir em um minúsculo aparelho que cabe no bolso da camisa? Mas eu esperava que as duas tecnologias pudessem conviver por um pouco mais de tempo.

Independentemente da tecnologia usada para fazer chegar o conteúdo aos ouvintes, me preocupa muito mais a forte redução na oferta de conteúdo pelas tradicionais emissoras internacionais. Produzir material de qualidade custa caro, provavelmente muito mais do que a energia gasta pelos potentes transmissores de ondas curtas. Quando a DW reduziu pela metade o tempo de suas transmissões diárias em alemão, provavelmente para que os ouvintes fossem se acostumando com a drástica notícia que se seguiria, descontinuou excelentes programas, que não podem mais ser acessados pelos seus ouvintes, nem no seu portal de internet, nem em lugar nenhum. Assim, não estou muito otimista quando a empresa promete reinvestir os recursos poupados ao abandonar as ondas curtas. Não parece que haverá mais produção de novos conteúdos para tv, embora a intenção de maior sinergia entre DW TV e as empresas públicas de comunicação ARD e ZDF seja lógica e, provavelmente, positiva.

Termino este post com uma gravação, feita em Florianópolis, da DW em alemão, gerada em Cypress Creek, na Carolina do Sul (USA). Quem transmite a programação é a World Harvest Radio International, emissora religiosa, que tem gerado o sinal mais forte para a para emissora alemã em ondas curtas na América do Sul ao longo dos últimos anos. A transmissão inicia com o prefixo da WHRI e foi feita a partir das 21h59 UTC no dia 4 de junho de 2011, na frequência de 17.820 khz.